O velho pescador
derramava sua mão
sobre a rede.
Longo e bem tramado
era o leito oscilante,
que dançava no mar.
Em cada respiro
ele vigiava o micromundo
capturador dos peixes.
Tal como uma bailarina
em rodopios sôfregos
colhia as frutas do imenso.
As carnes brancas cintilavam
sob o sol das tardes vazias
morrendo aos pulos.
Quanto espaço possuía
cada universo daquela trama
em que escaparia o quântico?
Pouco espaço resistia
em prender todos os peixes
na molhada morte.
Uma vida diminuia.
A outra, humana,
engrandecia-se.
E o pôr-do-sol anunciava
na horda de luzes
o próximo futuro pescado...
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